domingo, 14 de julho de 2013

Até logo, Paraguai.

Já têm umas duas semanas que estou de volta ao Brasil e já tem um tempo que queria escrever palavras de despedida do intercambio. Porém, é difícil definir os cinco meses que passei por lá. Experiências boas e ruins.

Uma parte de mim vai sentir falta da cultura daquele país, das pessoas, do tererê (apesar de ter comprado o meu) e até mesmo de comer empanada com pão.
Acho que a temática em torno do Paraguai vai entrar para o meu grupo de combate ao senso-comum. No Brasil temos a triste mania de chamar de paraguaio tudo que estiver relacionado à falsificação e a má qualidade, o que é muito triste de se fazer com o gentílico de um país. Assim, como não gostamos da associação de brasileiros com carnaval e bunda. Além disso, o Paraguai é muito maior do que Ciudad del Este (cidade fronteiriça com Foz do Iguaçu que é o polo comercial do país) e que só existe por conta dos brasileiros. Sim, somos nós o mercado consumidor massivo. Se não fosse pelos brasileiros os tais “produtos paraguaios” não teriam permanecido por tanto tempo. E gente, fala sério, os produtos nem se quer são feitos no Paraguai, são todos chineses, o que é curioso que a palavra “chinês” ainda não tenha a força do significado de falsificação que “paraguaio” tem.
Inclusive, é válido lembrar que o Brasil é um dos maiores problemas dos paraguaios, sendo o caso maior a questão da propriedade privada da terra. O latifúndio brasileiro é uma praga tão grande que ultrapassa as fronteiras. Graças à problemática questão da Reforma Agrária (que se faz urgente nos dois países), o Paraguai está sofrendo nos últimos anos a inversão campo-cidade, que se manifesta nitidamente pelas mudanças na paisagem principalmente na capital, Assunção, com o aumento das favelas e do trabalho informal – você pode fazer as compras do mês ao embarcar em um ônibus no centro.
Ao recordar do Paraguai que lembremos do país que conseguiu preservar sua cultura, que fala não só a língua do colonizador, mas também a nativa. Ao lembrar do Paraguai que nos venha a mente a palavra “guarani”, dos fortes índios, do aquífero, que recordemos do enorme conhecimento popular sobre ervas medicinais, do tererê, do mate, do cocido e da chipa. E se for para falar de algo econômico que pensemos na moeda nacional paraguaia que é uma das mais estáveis da América.


Infelizmente o país sofre com casos gritantes de corrupção (o que, como brasileira, não posso falar muito), mas, com certeza, é um dos países mais corruptos da América. As eleições que pude presenciar tiveram compra de votos de modo escancarado, os partidos fizeram suas campanhas com dinheiro de fonte de duvidosa e o presidente eleito ganhou muitos votos da população com a ideia de que “ele já é rico, não pode roubar mais”. Por toda essa corrupção, a pobreza generalizada, a falta de oportunidades, educação e saúde que não são gratuitas, entre vários outros problemas que muitos paraguaios perderam a esperança no próprio país. E muitos outros o abandonam indo rumo a Buenos Aires, Madri ou São Paulo. De fato, ouvi muitas vezes que o problema dos paraguaios é o próprio Paraguai. Pensamento este que também vejo muito no nosso país. Por isso brando: NOS ORGULHEMOS DE NOSSOS PAÍSES!!

Por fim, quero agradecer a hospitalidade, os conhecimento compartilhados, e as amizades que fiz. Não é exatamente um adeus, mas quem sabe, um até logo. 

Um comentário:

  1. Coin Casino - Review of a Top Online Casino (2021)
    In terms of bonus, Coin Casino is a licensed 바카라 and regulated online casino that offers various types of gaming products and services. They offer a large 🎲 Games: 제왕 카지노 550+📺 Software provider: Microgaming, 인카지노 NetEnt, Playtech Rating: 3.7 · ‎Review by WizardofOdds

    ResponderExcluir